domingo, 24 de outubro de 2010

"Não julgueis, para que não sejais julgados. Porque com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós." Mateus 7.1-2


Vivemos num mundo de aparencias onde o "ser" e o "parecer ser" são quase e praticamente a mesma coisa. A roupa, o carro, o telemovel o penteado, as atitudes e comportamentos são quase tudo o que precisamos para definir alguém. E vendo bem parte da nossa avaliação de uma pessoa efectivamente usa alguns destes critérios. 

Mas até que ponto podemos e temos o direito de "opinar" ou até mesmo julgar o nosso próximo? 
Não acredito que devemos julgar as pessoas e alias até temo fazê-lo porque "com o juízo com que julgardes sereis julgados, e com a medida com que tiverdes medido vos hão de medir a vós." mas será que devemos aceitar e simplesmente considerar normal o actual funcionamento das nossas igrejas, às vezes questiono-me se o ideal de santidade que buscamos, ou seja, o ideal deixado por Jesus, se ainda lutamos para alcança-lo ou se porque entendemos que é impossivel ficamos contentes com a nossa condição de pecadores e de seres imorais? 
As minhas palavras podem parecer duras, até porque sou efectivamente pecadora pelas palavras do pregador Paul Washer "nunca fizemos nada mais senão pecar", mas quando medito na palavra , quando leio as epistolas e os mandamentos que Jesus deixou não consigo deixar de pensar que aos poucos nos estamos a tornar numa igreja "morna", num grupo de pessoas que embora não digam sabem que são salvas, sabem que têm de ir à igreja adorar a Deus, sabem de muita coisa mas parecem esquecer-se que Jesus disse Pois todo aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe." (Mateus 12:50)
"Ver um irmão a sofrer e não ajudar é como vê-lo a conduzir
vendado e não fazer nada para o avisar" 
Fazer a vontade do Pai, amar incondicionalmente,não ter amizade com o mundo, não mentir nem ir contra a vontade de Deus em tantas outras coisas é algo que requer de nós oração e muita vigilância ... Temos de vigiar a todos tempo, temos de observar e buscar Deus e a sua vontade em cada passo que damos, até nas pequenas coisas temos de ter a noção de que esse seria o passo que Jesus tomaria e que ao fazer seja o que for não estamos a ir contra a vontade de Deus. 
Ao escrever isto não consigo deixar de me sentir totalmente relacionada com o que escrevo, porque nem sempre vigio e muitas vezes deixo que pequenas coisas mundanas entrem na minha vida e só quando estou naquela fase em que não sinto a presença de Deus ou simplesmente me sinto vazia é que entendo que o conjunto de todas essas acções completamente desvalorizadas por mim fez-me afastar de Cristo. 
Seja como for, presencio cada vez mais uma total indiferença ao pecado, todos pecamos mas como irmãos na fé temos de ajudar no nosso irmão a levantar-se não fingir que nada aconteceu para "não magoar os seus sentimentos" ou não "pecar" ou simplesmente porque "acontece". 
Sim, acontece mas o que pode impedir isso de voltar a acontecer? A indiferença ou o facto de pensarmos que sozinhos suportamos tudo? Não sei... inicialmente julgava todas as pessoas que cometiam pecados horrendos mas quando comecei a olhar para mim entendi que se calhar fazia coisas muito piores e portanto deixei de julgar e comecei a entrar na onda de que era "normal" pecarmos, mas não devemos pensar assim.. Devemos lutar e ajudar os nossos irmãos nessa luta. Ignorar não é a resposta ao pecado, mas entender que se lutarmos, se fugirmos de tudo aquilo que nos leva a pecar naquela área (cada tem as suas) podemos vencer esse impulso porque "posso todas as coisas Naquele que me fortalece" (Fil 4.13) e sim vamos vencer um e ainda temos milhares para vencer , mas é uma vida com lutas diárias que se reflectem numa maior  aproximação de Jesus e muitas vezes vamos dar um passo para a frente e três para trás, temos de entender que é uma corrida como Paulo afirma em Coríntio e que vamos cair, vamos tropeçar mas ao olharmos e vermos que o atravessar a meta nos levará à vida eterna com Cristo Jesus vamos aí encontrar as forças para nos levantarmos e seguirmos em frente e quando as nossas forças faltarem quando não existir mais força para respirar por mais que possamos que é nessa altura que Deus entra é mentira, Deus está sempre lá sempre a apoiar-nos sempre a olhar por nós; nós é que só o vemos nesses momentos de fraqueza! MAS ELE ESTÁ SEMPRE LÁ. 
Portanto vamos ver, vamos entender e perceber que não é julgando mas ajudando. Se vemos um irmão a cair ao nosso lado ajudamos o nosso irmão a levantar e a seguir na corrida. Não ignoramos, por isso assim como não ignoramos o pecado nas nossas vidas não devemos se jeito nenhum deixar que os nossos irmãos sejam complemente arrastados de volta para o mundo. 



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